Quarta-feira, 13 de Junho de 2007

O estudo da CIP

Parece que um estudo, inicialmente apresentado como sendo da CIP, aponta Alcochete como sendo preferível à Ota para construir o novo aeroporto. Parece agora que a CIP não assume a responsabilidade por este estudo. Este terá sido encomendado – e pago – por um grupo de cidadãos, parte deles por acaso ligados à CIP. Este facto levantou algumas suspeitas (ainda há pouco António José Teixeira e Luís Delgado passaram largos minutos na SIC Notícias neste exercício), como se a credibilidade do estudo dependesse de quem pagou a conta.

 

Note-se que o governo utilizou este estudo como pretexto para adiar a decisão sobre o novo aeroporto. Se o estudo não for credível, o governo deixa de ter qualquer credibilidade para decidir seja o que for sobre este assunto.

 

Para que um estudo possa ser tido como credível é preciso, antes de tudo, conhecê-lo. Avaliar a credibilidade dos seus autores e dos métodos utilizados. Permitir que uns e outros sejam revistos pelos seus pares. Saber quem paga é secundário. Quem paga terá certamente os seus interesses, mas estes só serão servidos pelo estudo se este for credível.

publicado por Carlos Carvalho às 23:57
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Terça-feira, 5 de Junho de 2007

Robot de cozinha

E que tal comprar um robot de cozinha? A ideia, para quem está a equipar uma cozinha, parece sedutora. Uma máquina que bate, que pica, que fatia, que pesa, que faz sumos… sem atravancar a bancada da cozinha com uma série de electrodomésticos. Grande ideia!

 

Ou talvez não. Com o uso, percebemos que o robot faz muitas coisas, mas faz poucas coisas bem. E mesmo as que faz bem demoram mais tempo a fazer. Com o tempo, acabamos por arrumar o robot num canto da cozinha, onde fica – qual elefante branco – a ganhar pó. E a roubar espaço à batedeira, à picadora, à varinha mágica, ao espremedor e aos demais electrodomésticos que entretanto fomos adquirindo. O que à partida parecia uma boa ideia transforma-se em pouco tempo num desperdício de dinheiro.

 

Só compensa adquirir um robot de cozinha se este, por bom preço, desempenhar bem as funções que utilizamos mais frequentemente. Caso contrário, é preferível adquirir vários electrodomésticos.

 

Há quem defenda para Lisboa um novo aeroporto do tipo robot de cozinha. Que sirva quem viaje em turismo. Quem viaje em negócios. Os voos low cost. Os voos regulares. O transporte de cargas. Para instalar novas empresas. Para desenvolver outras. Para concorrer com Espanha. Para potenciar a interligação com outros aeroportos nacionais. Para desenvolver o norte, o centro e o sul. Para construir uma nova cidade. Para servir Lisboa. Etc., etc., etc.

 

Um aeroporto que sirva mil e um objectivos. Mas sem garantias de que todos (ou mesmo algum!) sejam bem servidos. Na ânsia de ficarmos de bem com todos, acabamos amiúde por não ficar de bem com ninguém.

 

Urge por isso identificar quais as necessidades prioritárias a que o novo aeroporto deve dar resposta. E garantir que lhes responde bem. Pode até satisfazer outras necessidades, embora com a condição de não comprometer os objectivos prioritários. Mesmo que tal implique construir mais do que um aeroporto. O que até pode sair mais barato.

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publicado por Carlos Carvalho às 02:43
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Sexta-feira, 1 de Junho de 2007

Referendo

O tema do novo aeroporto tem sido amplamente discutido por todos os candidatos à câmara lisboeta. António Costa defende a Ota. Todos os outros parecem contestá-la.

 

É bom que se discuta este tema. Mas convém não transformá-lo no único tema da campanha. Por um lado, porque há mais temas importantes para Lisboa que carecem de discussão. Por outro, porque corremos o risco de transformar a próxima eleição num referendo sobre a Ota.

 

Independentemente do que agora se diga, quem ganhar as eleições irá sempre procurar retirar outras leituras dos resultados eleitorais. Se António Costa ganhar as eleições, e se a Ota for o tema central da campanha, não faltará quem venha afirmar que os lisboetas legitimaram nas urnas a posição do governo sobre o novo aeroporto.

publicado por Carlos Carvalho às 02:10
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Quarta-feira, 30 de Maio de 2007

Ota, estudos e questões

Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação (António Carmona Rodrigues): - O projecto do novo aeroporto não foi abandonado; a localização na Ota não está em causa; a sua concretização não representa uma prioridade a curto prazo. Assim, há que consolidar todos os estudos, para ser tomada a decisão mais correcta e no momento mais oportuno. Quando assumi a pasta das Obras Públicas, haviam sido encomendados, entre 1969 e 2003, 135 estudos sobre as mais variadas vertentes ligadas ao projecto (ambientais, técnicas e financeiras). De então para cá, foi dada orientação para a realização dos seguintes estudos: análise da movimentação de solos na zona de implantação do novo aeroporto; estudo das condições de PAN-OPS - Procedures for Air Navigation Services and Operations; estudo do faseamento da construção do novo aeroporto; estudo da operação simultânea Portela/Ota; estudo da construção do novo aeroporto, sem privatização da ANA.

 

AR, 2004-3-31

 

1. Mantém Carmona Rodrigues (e o PSD) a mesma opinião sobre a localização do novo aeroporto?

2. Alguém sabe aonde pára a maioria dos estudos então anunciados?

publicado por Carlos Carvalho às 02:15
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Terça-feira, 29 de Maio de 2007

A mãe de todas as perguntas

Quanto dinheiro pode o país despender na construção de um novo aeroporto na região de Lisboa?

 

Primeiro respondam a esta pergunta. Depois, consoante a resposta, estudem tudo o resto.

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publicado por Carlos Carvalho às 00:14
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Segunda-feira, 28 de Maio de 2007

Me engana que eu gosto

António Costa admitiu a criação de um segundo pulmão verde na Portela, na área agora ocupada pelo aeroporto. Lendo a notícia com algum cuidado, percebe-se que António Costa admite tratar os lisboetas como idiotas. Vejamos:

 

– Apesar das aparências, António Costa não só não prometeu o tal segundo pulmão verde como nem sequer deu o seu apoio a essa solução. Disse apenas que esta era uma hipótese a ser estudada e, desconfio, a ser rapidamente descartada após as eleições.

 

– António Costa admitiu a instalação na zona de “um conjunto de actividades económicas não poluentes altamente qualificadas”. Ficámos esclarecidos: isto não quer dizer nada, e serve para tudo.

 

– António Costa sabe (mas não diz) que parte relevante dos terrenos da Portela servirá de moeda de troca para financiar a construção do novo aeroporto. Terrenos que obviamente terão de ser rentabilizados. Desconfio que a criação de um pulmão verde não será a melhor forma de os rentabilizar.

 

Com estas declarações, António Costa quis, não se comprometendo com nada, fazer passar três ideias: que a desactivação do aeroporto da Portela é uma fatalidade (pelo que nem sequer vale a pena discuti-la), que se preocupa com o ambiente (sem se comprometer com a sua defesa) e que tem planos para a Portela (quando salta à vista que não tem planos nenhuns – pelo menos confessáveis neste momento).

 

Afectar um ar decidido. Aparentar prometer algo. Iludir os eleitores. Ficar livre para, em caso de vitória, poder fazer o contrário do que aparentou prometer. Eis António Costa no seu melhor.

 

Me engana que eu gosto.

publicado por Carlos Carvalho às 23:37
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Sexta-feira, 25 de Maio de 2007

Pontes

Muitos comentadores acharam ridículo o argumento apresentado por Almeida Santos para desaconselhar a construção do novo aeroporto na margem sul. Não alinho com esses comentadores. Este argumento parece-me válido. Menor, mas válido.

 

"Um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada? Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o Norte do Sul do País", disse Almeida Santos. E nem sequer foi o primeiro a dizê-lo. Julgo que, ao longo destes anos, este argumento tem tido algum acolhimento nos meios militares. Mas não só. Quem diz dinamite diz um terramoto – que, todos sabemos, irá acontecer. Se as pontes ficarem danificadas, a assistência humanitária seria muito mais complicada.

 

Este argumento terá maior ou menor validade consoante a maior ou menor probabilidade de ocorrência de uma guerra, de um atentado ou de uma catástrofe que destrua as pontes que ligam o aeroporto à cidade.

 

Só que este argumento obriga a uma conclusão: o aeroporto deve estar o mais próximo possível da cidade, de modo a dispensar a travessia de pontes. Ou, já agora, de viadutos. Porque quem bombardeia uma ponte mais depressa bombardeará um viaduto. Terramoto que destrua uma ponte mais facilmente deitará abaixo um viaduto. Alguém me sabe dizer como se vai para a Ota sem passar por um?

 

Sem querer, Almeida Santos apresentou (mais) um argumento válido para a manutenção do aeroporto na Portela.

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publicado por Carlos Carvalho às 01:17
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Quarta-feira, 21 de Março de 2007

Notas sobre a Ota

1. Imagens do local para onde está prevista a construção do novo aeroporto disponíveis aqui (apresentação powerpoint).

 

2. Agradeço o destaque que António Cerveira Pinto deu a este blogue.

 

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publicado por Carlos Carvalho às 23:12
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Terça-feira, 20 de Março de 2007

2017

Num debate na SIC Notícias a propósito do novo aeroporto, um dos intervenientes afirmou que o aeroporto da Portela estará saturado em 2017. Em 2005 esta saturação estava prevista para 2015. Em 2000 apontava-se para 2010. Em 1998 falava-se em 2006.

 

Prova-se uma vez mais que a data prevista para a saturação da Portela depende mais das conveniências do momento do que do rigor dos estudos. Prova-se uma vez mais que A+C=S.

 

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publicado por Carlos Carvalho às 23:21
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Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2006

Aeroporto. Século XVIII

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publicado por Carlos Carvalho às 20:36
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Terça-feira, 29 de Novembro de 2005

Quantos MB tem um CD?

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publicado por Carlos Carvalho às 01:45
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Quinta-feira, 24 de Novembro de 2005

Metro na Portela

Uma das questões que ficou sem resposta ao longo dos anos é a de saber porque é que o Metro nunca chegou ao aeroporto da Portela.

Curiosamente, no dia em que foi anunciada a desactivação deste aeroporto, foi também anunciada a expansão do Metro para a Portela.

Antigamente, a Portela tinha aeroporto mas não tinha Metro. Agora, vai passar a ter Metro mas vai deixar de ter aeroporto.

Isto faz sentido? Faz.

Ampliar o Metro por causa do aeroporto parece coisa desnecessária.

Ampliar o Metro para valorizar um futuro centro comercial (bem como uma futura zona residencial) faz todo o sentido.

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publicado por Carlos Carvalho às 03:17
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Segunda-feira, 21 de Novembro de 2005

Sintra

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publicado por Carlos Carvalho às 22:23
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Cascais

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publicado por Carlos Carvalho às 22:22
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Montijo

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publicado por Carlos Carvalho às 21:35
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Domingo, 20 de Novembro de 2005

Alverca

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publicado por Carlos Carvalho às 22:52
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Ota

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publicado por Carlos Carvalho às 22:34
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Sábado, 19 de Novembro de 2005

A + C = S

Considerando:
A - o ano em que estamos
C - o número de anos necessários para a construção do novo aeroporto
S - ano em que o aeroporto da Portela estará saturado

Concluímos que:

A + C = S

Da análise do que tem sido discutido ao longo dos anos, conclui-se que, apesar dos estudos serem os mesmos, a data da saturação da Portela tem vindo a ser sucessivamente adiada.

Em 1998, baseado em dezenas de estudos, o governo jurou por todos os santos que a Portela estaria irremediavelmente saturada em 2006 ou 2007:

A (1998) + C (8 anos) = S (2006)

Já em 2000, e citando os mesmos estudos, o governo garantia por sua honra que a Portela estaria a rebentar pelas costuras entre 2008 e 2010:

A (2000) + C (8 a 10 anos) = S (2008 a 2010)

Em 2005, e tendo os mesmos estudos em mente, o governo anuncia agora que a Portela atingirá o seu limite máximo em 2015:

A (2005) + C (10 anos) = S (2015)

Ou seja, a saturação da Portela têm sido anunciada para uma data suficientemente próxima para justificar a urgência da tomada de decisão, mas suficientemente distante para que se conclua a construção do novo aeroporto.

É a isto que se chama decidir com base em estudos sérios e rigorosos...

Já agora: será que uma empresa chamada Novo Aeroporto, S. A. poderia alguma vez pronunciar-se pela manutenção do aeroporto antigo?

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Quarta-feira, 16 de Novembro de 2005

Saturação da Portela

"A manterem-se as taxas de crescimento actuais, entre 2003 e 2007 esgota-se a capacidade do actual aeroporto. É evidente que é possível, com alguns investimentos complementares, aumentar a vida útil deste aeroporto por mais dois ou três anos. Eu diria que, em 2007 ou 2008, a capacidade do actual aeroporto estará esgotada.
A construção do novo aeroporto, entre a tomada de decisão e a sua entrada em serviço, demora cerca de oito anos, pelo que, se a decisão for tomada em 1998, só em 2006 ou 2007 teremos o novo aeroporto em construção. Por isso é que achamos que é nesta altura que é oportuna a tomada de decisão, na medida em que podemos correr o risco de o actual aeroporto esgotar a sua capacidade e começar a degradar-se o serviço que presta."
Guilhermino Rodrigues (Secretário de Estado dos Transportes), 1998-05-29

"Todos os estudos indicam, sem ambiguidades, que o aeroporto da Portela verá a sua capacidade esgotada em 2015, mesmo com todos os investimentos que nele ainda se possam fazer. Estes são os dados de facto que levaram todos os governos anteriores a reconhecerem a necessidade de construir um novo aeroporto internacional e de o fazer, na Ota, até 2015 ou, o mais tardar, até 2017."
José Sócrates (Primeiro-Ministro), 2005-07-07

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Sexta-feira, 4 de Novembro de 2005

Acidentes de aviação

acidentes.jpg

Fonte: Boeing, Statistical Summary of Commercial Airplane Accidents – Worldwide Operations – 1959-2004

A imagem anterior compila os dados dos acidentes de aviação comercial a jacto ocorridos entre 1955 e 2004. São apresentadas as percentagens de acidentes e de vítimas (dentro do avião) por fase de voo.

Podemos retirar daqui algumas conclusões:

  • 71% dos acidentes ocorreram durante a decolagem ou aterragem. A estes acidentes corresponderam 41% das vítimas.
  • 65% dos acidentes ocorreram "dentro" do aeroporto (durante a decolagem ou aterragem). A estes corresponderam 12% das vítimas.
  • A fase mais do voo em que os acidentes são mais fatais é a da subida (flaps up). Apesar de só terem ocorrido 9% de acidentes nesta fase (correspondente a 14% do tempo de um voo de hora e meia), estes foram responsáveis por 28% das vítimas.
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Sexta-feira, 5 de Agosto de 2005

Ota - Alverca - Montijo

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Quinta-feira, 4 de Agosto de 2005

Portela, 1967

"O aeroporto de Lisboa detém, no continente, a grande maioria do movimento total de passageiros de longa distância do País. Os crescimentos dos tráfegos, quer de passageiros, quer de mercadorias, no aeroporto de Lisboa são muito elevados."

"Em 1966, passaram no aeroporto de Lisboa 11040 aviões comerciais, com um tráfego desembarcado de 483 428 passageiros, 3 729 134 kg de carga e 1 120 913 kg de correio, um tráfego embarcado de 497 528 passageiros, 2 599 787 kg de carga e 1 206 789 kg de correio, e 246 783 passageiros em trânsito."

"Como são cada vez maiores as exigências em relação à operacionalidade de um aeroporto, com grandes reflexos nos capitais necessários para o montar e manter, mais se faz sentir, exactamente nesta altura, a necessidade de planear segundo critérios económicos seguros. É de especial importância, neste contexto, o caso do aeroporto de Lisboa, que tem vindo a conhecer aumentos de tráfego da ordem dos 20 por cento por ano. (...) A premência de obviar imediatamente à saturação das instalações actuais não fará esquecer, no entanto, a necessidade de estudar também, desde já, qual a solução futura a adoptar para o nosso principal aeroporto internacional."

"Verificar-se-á a tendência para uma concentração de investimentos no aeroporto de Lisboa, para a qual contribuem a nova aerogare e os estudos técnico-económicos que é indispensável realizar com vista ao futuro desdobramento ou mudança de local deste aeroporto."

Diário das Sessões da Assembleia Nacional, 1967-11-07

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publicado por Carlos Carvalho às 02:17
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Sábado, 30 de Julho de 2005

Capitais e aeroportos

Cidade          Aeroporto           Distância
Lisboa          Portela                 7 km
Berlim            Tegel                     7 km
Luxemburgo   Findel                    7 km
Copenhaga     Kastrup                 9 km
Londres         City                      10 km
Dublin            Dublin                   11 km
Bruxelas         Nationaal              12 km
Madrid           Barajas                 12 km
Amsterdão     Schiphol                14 km
Atenas           Hellenikon             14 km
Paris              Orly                       15 km
Viena             Schwechat             17 km
Berlim            Schönefeld             18 km
Helsínquia      Vantaa                   19 km
Londres         Heathrow               24 km
Paris              Charles de Gaulle   25 km
Roma            Leonardo da Vinci  27 km
Londres        Gatwick                  44 km
Estocolmo     Arlanda                  44 km
Lisboa          Ota                        45 km
Londres        Luton                      50 km
Londres        Stansted                  55 km

A tabela anterior elenca os aeroportos das capitais da UE15, bem como a sua distância ao centro das respectivas cidades.

Conclusão:
Com a Portela, Lisboa está entre as a capitais da UE15 mais próximas do seu aeroporto. Com a Ota, Lisboa passa a ser a capital da UE15 mais distante do seu aeroporto principal. Mais longe do que a Ota, só o 4.º e o 5.º aeroportos de Londres.

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publicado por Carlos Carvalho às 18:57
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Segunda-feira, 11 de Julho de 2005

Novos aeroportos

Tendo em conta o espírito descentralizador do governo e a sua vontade em bem-servir todos os portugueses, bem como algum interesse nas próximas eleições autárquicas, espera-se para breve o anúncio da construção de mais dois novos aeroportos em Portugal:

- Um novo aeroporto do Porto, a ser construído em Braga, o que permitirá encerrar o aeroporto Francisco Sá Carneiro.

- Um novo aeroporto do Algarve, a ser construído em Almodôvar, o que permitirá encerrar o actual aeroporto de Faro.

Ao que parece, estas obras vão avançar antes do novo aeroporto da Ota. Não só por fazerem mais sentido mas também por obrigarem a um menor investimento em acessos. É que nestes casos as auto-estradas já foram construídas!

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publicado por Carlos Carvalho às 22:27
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Sexta-feira, 8 de Julho de 2005

Portela

Portela.JPG

Esta é uma fotografia aérea do aeroporto da Portela. Nela estão assinaladas duas áreas:

P (a encarnado): Área do aeroporto destinada aos passageiros (incluindo parques de estacionamento)
O (a azul): Área do aeroporto destinada a outras ocupações (transporte de cargas, oficinas, base aérea, Instituto de Meteorologia, etc.)

Comparando as duas áreas, conclui-se facilmente que o espaço do aeroporto da Portela está, na sua maioria, dedicado a outros fins que não ao transporte de passageiros.

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publicado por Carlos Carvalho às 00:35
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Quarta-feira, 6 de Julho de 2005

Otários

Foi mais uma vez anunciada a construção de um novo aeroporto na Ota. Esta obra, cuja necessidade é sustentada por estudos que ninguém conhece, é por muitos vista como mais um elefante branco a juntar aos que já abundam em Portugal.

O que me leva a desconfiar desta obra são as possíveis respostas às seguintes questões:

1. Para quê encerrar a Portela?
É possível que no futuro possa vir a ser necessário um novo aeroporto. Há muitos exemplos de cidades em que se construíram novos aeroportos. Mas serão muito poucos aqueles em que os aeroportos antigos (e o dinheiro neles gasto) foram deitados para o lixo.

A resposta a esta pergunta parece óbvia: só encerrando a Portela é que a Ota se torna viável. Em caso de coexistência dos dois aeroportos, os operadores só optarão pela Ota se não lhes for possível utilizar a Portela. Por outro lado, mantendo-se a Portela a funcionar, o aeroporto da Ota só faria sentido numa escala muito mais modesta.

A única finalidade objectiva desta obra parece ser a de permitir o encerramento da Portela, libertando assim os seus terrenos para novos usos. Ou seja, esta obra parece não passar de uma mera operação imobiliária.

2. Quem irá lucrar com o novo aeroporto?
Com esta obra há quatro beneficiários claros: o governo, que mostra obra e anima temporariamente a economia; a câmara municipal de Alenquer (detida pelo PS), que poderá arrecadar mais receitas com o surgimento de uma nova cidade na Ota; a câmara municipal de Lisboa, que poderá arrecadar mais receitas com a urbanização dos terrenos da Portela; e as empresas de construção civil, que ganharão dinheiro com a construção do novo aeroporto, da nova cidade da Ota e (sobretudo?) com a posssibilidade de novas construções em Lisboa.

3. Quem perde?
Há três prejudicados óbvios com esta obra: a maioria dos utentes, que terão de perder mais tempo e gastar mais dinheiro para viajar; os operadores de voos internos, pois deixará de fazer sentido fazer Lisboa-Porto ou Lisboa-Faro de avião; e os operadores turísticos, pois grande parte do turismo da região de Lisboa insere-se no segmento de short break, muito sensível ao tempo despendido no e a caminho do aeroporto.

Conclusão
O novo aeroporto na Ota, tal como planeado, é uma obra cara e desnecessária, que prejudica quem deveria beneficiar e que só beneficia interesses que, apesar de legítimos, deveriam ser secundários ao projecto.

Acho que o projecto do novo aeroporto deve ser muito bem explicado. É que o povo não diz: na Ota sê otário...

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publicado por Carlos Carvalho às 01:53
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