Ainda não vi Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood, pelo que não posso avaliar se filme e realizador foram ou não injustiçados ao perderem o Óscar para The Departed (Entre Inimigos) e Martin Scorsese. Apesar desta lacuna, permito-me discordar de algumas críticas que têm sido feitas a Scorsese e ao seu filme.
Os Óscares servem (deveriam servir) para premiar obras e profissionais que se distinguiram no espaço de um ano. E The Departed foi o melhor filme que vi em 2006. É pior do que outros filmes de Scorsese? Não é isso que está em discussão. Million Dollar Baby não é tão bom como Imperdoável (ou Bird), mas nem por isso desmereceu o Óscar.
É difícil aplicar a expressão “obra menor” a qualquer dos filmes de Scorsese. Mas apliquemo-la. The Departed não é tão bom como Touro Enraivecido ou Taxi Driver (nenhum outro o é), mas será assim tão secundário na sua filmografia? Vejamos:
The Departed (2006)
The Aviator (2004)
Gangs of
Bringing Out the Dead (1999)
Kundun (1997)
Casino (1995)
The Age of Innocence (1993)
Goodfellas (1990)
The Last Temptation of Christ (1988)
The Color of Money (1986)
After Hours (1985)
The King of Comedy (1983)
Raging Bull (1980)
Taxi Driver (1976)
Mean Streets (1973)
Boxcar Bertha (1972)
Who's That Knocking at My Door? (1968)
Penso ser pacífico dizer que The Departed é o melhor filme de Scorsese da última década, e um dos melhores do último quarto de século. Obra menor?
Não sei se o Óscar foi atribuído ao melhor filme do ano (afinal, não os vi a todos), mas sei que foi atribuído a um grande filme, pelo que a injustiça (a ter existido) não poderá ser assim tão grande. O Óscar ficaria decerto igualmente bem nas mãos de outro realizador. Mas não tenho dúvidas em afirmar: Scorsese merecia isto!
Já tem dez anos um dos filmes que não esqueci: “The Pillow Book”, de Peter Greenaway.
Lembro-me de ter dito a uma amiga que gostaria de ir ver o filme. “É lindíssimo, mas às vezes um bocado chato” – disse-me ela, que o tinha visto há pouco tempo.
Percebi o que quis dizer. Trata-se de um filme visualmente deslumbrante, que conta uma história interessante embora demasiado longa (o próprio realizador percebe isso, e a partir de certa altura começa a “despachar” os vários livros que compõem o argumento). Só que neste filme a história presta vassalagem à imagem.
Este é um daqueles filmes que me marcou, e que me ajudou a olhar para o cinema de outro modo. Antes de o ver, achava que o cinema era a arte de usar imagens para contar uma história. Percebi, depois de o ver, que o cinema pode ser precisamente o contrário: pode ser a arte de usar uma história para mostrar imagens.
É sempre bom quando um livro de cabeceira nos faz reflectir…
Goodbye, no use leading with our chins
This is where our story ends
Never lovers, ever friends...
Goodbye, let our hearts call it a day
But before you walk away
I sincerely want to say...
I wish you bluebirds in the spring
To give your heart a song to sing
And then a kiss, but more than this, I wish you love!
And in july a lemonade
To cool you in some leafy glade
I wish you health, and more than wealth, I wish you love!
My breaking heart and I agree
That you and I could never be
So with my best, my very best, I set you free!
I wish you shelter from the storm
A cozy fire to keep you warm
But most of all, when snowflakes fall,
I wish you love!
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